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domingo, 19 de junho de 2011

TELEVISÃO EM EXCESSO AUMENTA O RISCO DE MORTE PREMATURA

Assistir televisão diariamente é um hábito extremamente comum. No entanto, segundo estudo da Harvard School of Public Health, Estados Unidos, e publicado no Journal of the American Medical Association, passar muitas horas na frente da TV pode ser perigoso, pois o hábito está associado a maiores riscos de desenvolver diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares e morte prematura.

Os pesquisadores fizeram uma análise sistemática de todos os estudos publicados de 1970 a 2011, que ligavam o ato de assistir TV a maiores chances de desenvolver complicações.

Os resultados mostraram que mais de duas horas por dia na frente da televisão aumenta as chances de desenvolver diabetes tipo 2 e doenças do coração e, mais de três horas, morte prematura. A cada duas horas a mais de televisão por dia, o risco de todas essas doenças sobe para 20%, 15% e 13%, respectivamente.

Para os estudiosos, a ligação entre ver TV e essas doenças pode ser explicada pela relação entre obesidade e o excesso de televisão e, logo, sedentarismo. A obesidade é associada a hábitos alimentares pouco saudáveis e níveis baixos de atividade física, fatores de risco para o diabetes tipo 2 e doenças cardiovasculares.

Saia da frente da televisão

Quer uma dica simples para melhorar a sua vida? Desligue a televisão e faça suas refeições à mesa. Uma pesquisa do Ministério da Saúde de abril deste ano mostrou que 25,8% dos adultos passam três ou mais horas diante da TV e isso acontece cinco ou mais vezes na semana. Se você se encaixa nesses números, saiba que está se prejudicando.

"Quando estamos em frente à televisão, comemos mais do que o necessário, pois esquecemos a saciedade e passamos a comer automaticamente", explica a endocrinologista Cláudia Cozer, da Abeso (Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica). A consequência disso você já sabe: aqueles quilinhos extras.

Uma boa refeição é aquela programada. Claudia afirma que ela deve levar de 20 a 30 minutos no mínimo. Se você demora menos que isso, deve estar mastigando pouco os alimentos, o que pode ser um grande problema também.

Além disso, fazer as refeições à mesa, com a família ou amigos melhora o convívio social. Aproveite este tempo para interagir com as pessoas a sua volta, saber do dia de cada um, conversar e falar da sua vida também.

E acredite: há mais motivos para você deixar a TV de lado. Um estudo realizado pela Clínica Mayo, em Minnesota, nos Estados Unidos, mostrou que pessoas que assistiram à televisão por mais de sete horas por dia mostraram 50% mais chances de desenvolver perda de memória. Por isso, saia da frente da TV, vá ler um livro ou dar uma volta no parque. Sua saúde agradece.

sábado, 18 de junho de 2011



O Conselho de Direitos Humanos da ONU aprovou nesta sexta-feira, após um intenso debate e uma votação apertada, uma resolução histórica destinada a promover a igualdade dos indivíduos sem distinção da orientação sexual, apesar da oposição dos países árabes e africanos.

A resolução, muito aplaudida, recebeu 23 votos favoráveis, 19 contrários e três abstenções.

O texto, apresentado pela África do Sul, qualificado de "histórico" por Organizações Não Governamentais que defendem os direitos dos homossexuais, provocou um intenso debate entre o grupo de países africanos presidido pela Nigéria, contrário à resolução, que acusou o governo de sul-africano de alinhamento com os países ocidentais.

Ao apresentar o texto, o representante da África do Sul, Jerry Matthews Matjila, declarou que "ninguém deve ser submetido a discriminação ou violência por causa da orientação sexual".

Esta resolução, completou, "não busca impor certos valores aos países, e sim iniciar o diálogo" sobre o tema.

Mas os países da Organização da Conferência Islâmica (OIC), com o Paquistão à frente, se declararam "seriamente preocupados com a tentativa de introduzir na ONU noções que não têm base legal alguma na legislação internacional dos direitos humanos".

"Perturba-nos ainda mais esta tentativa de focar sobre alguns indivíduos com base em suas atitudes ou seus interesses sexuais", afirmou o representante paquistanês.

O delegado da Nigéria, Ositadinma Anaedu, atacou a África do Sul, acusando o país de ter quebrado a tradição do grupo africano de encontrar um consenso antes de votar sobre uma resolução.

"Aflige-me porque a África do Sul é o pilar da África", disse, antes de afirmar que "mais de 90% dos sul-africanos não são favoráveis à resolução".

"É interessante que os países ocidentais estejam associados com vocês hoje", ironizou.

Estados Unidos, França, Brasil México e Argentina apoiaram a resolução, assim como ONGs de defesa dos direitos humanos.

"É um avanço. É a primeira vez na ONU que se aprova um texto tão forte sob a forma de uma resolução, e deste alcance", afirmou o embaixador francês Jean-Baptiste Mattei.

"É um debate muito passional", reconheceu, ao mencionar "a forte reticência do grupo africano e da OCI a respeito do tema.

"Mas não se trata de impor valores ou um modelo, e sim de evitar que as pessoas sejam vítimas de discriminação ou violência por sua orientação sexual".

A representante dos Estados Unidos, Eileen Donahoe, afirmou que a resolução "entra para a história da luta pela igualdade e a justiça".

"É um passo importante para o reconhecimento de que os direitos humanos são de fato universais", ressaltou.

A resolução afirma que "todos os seres humanos nascem livres e iguais no que diz respeito a sua dignidade e seus direitos e que cada um pode se beneficiar do conjunto de direitos e liberdades (...) sem nenhuma distinção".

O texto pede ainda um estudo sobre as leis discriminatórias e as violências contra as pessoas por sua orientação ou atribuição sexual.

Antes da votação, o representante da ONG Anistia Internacional na ONU, Peter Splinter, declarou que "resolução histórica será muito importante para as lésbicas, os gays, os bissexuais e os transgêneros na luta pelo pleno reconhecimento de seus direitos".

Segundo a Anistia Internacional a homossexualidade segue proibida em 76 países.