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quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Aos 80 anos, Plínio de Arruda mostra desenvoltura e vira destaque do debate

O candidato do PSOL à Presidência, Plínio de Arruda Sampaio, 80, foi o destaque do primeiro debate entre os presidenciáveis promovido pela TV Bandeirantes. Seu nome chegou ao topo dos assuntos mais comentados do Twitter.

"Vocês sabem agora porque José Serra é hipocondríaco. Ele só fala de saúde", afirmou o socialista, arrancando gargalhadas da plateia.

PORTAL DA TERRA

No 4º bloco, Plínio diz que Marina é "eco-capitalista"

Depois de criticar as poucas questões dirigidas a ele no debate da Rede Bandeirantes, o candidato do Psol Plínio de Arruda Sampaio disse que Marina Silva, candidata do PV, é uma "eco-capitalista".

Marina não rebateu a denominação, mas disse discordar da posição de Plínio, dizendo que a discussão sobre o meio ambiente é bastante generosa. "O empresário precisa de água limpa, a criança pobre também". Ela ainda falou que se a temperatura da Terra continuar subindo, estaremos inviabilizando a vida do planeta.

Plínio, durante o seu espaço para perguntas, disse que havia preconceito até no debate. "Há um muro entre eu e você aqui, telespectador".

Nas perguntas dirigidas a Serra e Dilma, os candidatos do PSDB e PT, respectivamente, falaram sobre redução do IPI, patrimônio público e incentivo fiscal.

Serra afirmou que criará a nota fiscal brasileira, a exemplo do que é feito em São Paulo com a nota fiscal paulista.

O candidato tucano afirmou que irá "estatizar empresas que são públicas" para que "sirvam ao interesse público e não partidário". E concluiu: "Não vou arrebentar empresas públicas como foi feito nos Correios e Telégrafos. Vou fazer com que os Correios voltem a ser o que eram antes".

ACESSEM O SITE Portal da UOL http://www1.folha.uol.com.br/poder/778685-aos-80-anos-plinio-de-arruda-mostra-desenvoltura-e-vira-destaque-do-debate.shtml

Plínio de Arruda foi a surpresa do debate na Band


Os candidatos José Serra (PSDB) e Dilma Rousseff (PT) polarizaram o debate da TV Band, realizado na noite dessa quinta-feira (5). Ainda sim, a surpresa do programa foi a participação do candidato a presidente pelo PSOL, Plínio de Arruda Sampaio. É o que relata o repórter Bernardo Mello Franco no podcast abaixo.

"Sem nada a perder, Plínio assumiu o papel de franco-atirador e partiu para cima de todos os adversários. [...] Provocou algumas risadas entre os assessores presentes e, como consequência, acabou sendo sucesso na internet. Foi o nome mais citado no Twitter pelos internautas que acompanhavam o debate", afirma o jornalista. Ouça:

ACESSEM O SITE http://noticias.bol.uol.com.br/brasil/2010/08/06/plinio-de-arruda-foi-a-surpresa-do-debate-na-band-ouca-comentario.jhtm

Veja abaixo alguns dos principais momentos do debate da Band

Preparativos

Plínio de Arruda Sampaio foi o primeiro a chegar ao debate da Band, às 20h50. Marina Silva chegou sete minutos depois. Acompanhada do ex-ministro Antonio Palocci e da primeira-dama Marisa Letícia, Dilma chegou às 21h04. Por último, Serra apareceu nos estúdios da Band às 21h29. Dilma vestia branco, quando se esperava que ela elegesse o tradicional vermelho do PT. Foi Serra quem inovou ao aparecer de gravata vermelha.

Dilma empenhou-se em demonstrar tranquilidade na chegada. “Eu estou preparada acho que esse debate é importante e esclarece a população”, disse. Único dos presidenciáveis que não falou com toda a imprensa, somente com a Band, Serra chegou acompanhado do candidato ao governo de São Paulo, Geraldo Alckmin, do governador Alberto Goldman e do prefeito Gilberto Kassab.

Primeiro bloco

Seguindo o script do debate, o primeiro bloco foi dominado por declarações dos candidatos sobre temas de saúde, educação e segurança. Dilma, por exemplo, falou sobre a criação de UPAs, o programa Brasil Sorridente e o SAMU. A petista, que foi vítima de um câncer no ano passado, disse ainda que pretende fazer mutirões de prevenção ao câncer.

Serra, por sua vez, falou dos planos de criar o programa Mãe Brasileira. Questionado por Marina, o ex-governador também falou sobre a experiência que tirou dos anos em que passou no governo e na oposição. Ao prometer continuidade, citou o programa Bolsa Família, que associou a projetos do governo FHC. “Eu nunca joguei no quanto pior melhor”, afirmou.

Segundo bloco

Além de protagonizarem a primeira troca de críticas sobre estradas, Dilma e Serra falaram sobre política de emprego, após a petista se empenhar em uma comparação entre os governos Lula e FHC. Serra rebateu dizendo que campanha "não se faz com olhos no retrovisor". Afirmou que as circunstâncias de hoje e da década passada são diferentes na área econômica.

Além disso, questionou o crescimento do Brasil tomando como base o tráfego aéreo. Criticou também a situação dos portos no País. Questionada por Plínio, Dilma disse não concordar com medidas que flexibilizam desmatamento. Pontuou ainda que é preciso ter respeito aos movimentos sociais e às condições de cada categoria de trabalhadores.

Terceiro bloco

Plínio protagonizou os primeiros momentos do blobo junto com Marina, que exaltou novamente sua proposta de criar programas sociais de terceira geração. Dilma, que teve a oportunidade de perguntar em seguida, chamou o tucano para uma discussão sobre indústria naval e programas federais como o Luz Para Todos. "Acho um programa positivo do governo, quero lembrar que é um prolongamento do programa do governo Fernando Henrique Luz no Campo", engatou Serra, que criticou o fornecimento de energia no Maranhão.

Serra entrou, então, no assunto saúde, mencionando mutirões de cirurgia. Disse que caiu o número de cirurgias como de catarata, varizes e próstata, chamando mais uma vez Dilma dar uma explicação. "Eu não sou contra mutirões. O que acho é que é uma medida de emergência e de urgência", respondeu Dilma, alegando que mutirões não podem ser a política de base para a saúde. "Eu considero que temos uma diferença na forma de encarar o que deve ser feito na área de saúde", emendou. Foi Plínio quem trouxe descontração ao estúdio, chamando Serra de hipocondríaco. "Ele só fala em saúde."

Quarto bloco

Questionados por jornalistas da Band, Dilma e Serra abriram o primeiro bloco falando sobre política econômica. Dilma gaguejou pelo menos quatro vezes ao responder à pergunta. Falou, por exemplo, sobre o enfrentamento da crise e a relação dívida/PIB. Disse ainda que acredita que os juros no País vão cair, em uma resposta às críticas feitas por Serra logo antes às elevadas taxas praticadas nessa área pelo atual governo. Serra chegou a dizer que Dilma elogiou a política de privatizações do governo.

Plínio e Marina dominaram o fim do quarto bloco. Marina disse ser a favor da democratização do campo. Comentou ainda projetos do governo Lula, como a transposição do Rio São Francisco e a usina de Belo Monte, dizendo que o primeiro foi feito corretamente do ponto de vista ambiental e o segundo não. O candidato do PSOL criticou o "bom mocismo" dos adversários, dizendo que todas as promessas têm um custo.

Quinto bloco

Nas considerações finais, Serra disse que sua filha lhe disse para "sorrir mais". E afirmou que ficou muito satisfeito com o resultado do debate. E voltou a investir no discurso sobre sua origem humilde. "Consegui chegar onde cheguei graças a um trabalho muito duro do meu pai", afirmou, lembrando ainda sua trajetória de militância política. Dilma, por sua vez, agradeceu a todos e disse considerar o debate importante para o País. "Amplia a democracia", disse a petista, relembrando a passagem pela Casa Civil. "Conviver com a generosidade e inteligência política do presidente foi uma experiência única", disse, colando em Lula. "Nosso governo devolveu ao País a autoestima", disse.

Marina, por sua vez, procurou se aproximar de Lula e falou sobre a possibilidade de o País eleger a primeira mulher presidente "de origem amazônica". Plínio, por sua vez, voltou a ironizar as promessas dos rivais. Voltando-se ao eleitor, afirmou: "Aqui ficou evidenciado uma coisa. Há um muro nesse País, entre suas aspirações e os rumos desse País".


*Com reportagem de Ricardo Galhardo, Nara Alves, Matheus Pichonelli, Rodrigo Rodrigues e Mariana Castro

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